segunda-feira, 19 de abril de 2010

Canta-me, ó Musa!


Começa-se, geralmente, apresentando-se; ora, mas quero começar mesmo como já começavam antigamente: in media res, ou, traduzindo para a língua portuguesa, no meio da ação.

Os textos épicos começavam de tal modo, em meio à ação, ou seja, com a ação dramática já... Em ação!

Ora, a Ilíada, épico de origem grega (o texto ocidental mais antigo já encontrado), começa já em um certo clímax: uma briga entre o maior herói grego e o rei da frota helênica; a Odisseia, também texto aqueu, tem origem na procura de um filho pelo pai perdido há dez anos; a Eneida, poema latino do século I A.C., tem seu início em uma tempestade que arrasta o herói mar adentro, ao naufrágio; logo, não é de se pensar diferente do épico português: Os Lusíadas, quando seu pontapé de partida já é no meio do Oceano Índico.

Então, se aos épicos é permitido, vou começar isto in media res, jamais me comparando aos grandes clássicos.

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